quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O que é Cultura do estupro?





“Cultura do estupro” é um termo usado para abordar as maneiras em que a sociedade culpa as vítimas de assédio sexual e normaliza o comportamento sexual violento dos homens. Surge a argumentação de que o homem não consegue controlar seus instintos diante de uma mulher por quem sente atração e, por isso, ele não teria culpa pela sua falta de controle. É como se o ato brutal, a agressão, a violação fosse mera questão sexual como se a responsabilidade não fosse do agressor já que ele "não consegue se controlar".
O princípio que norteia essa cultura é a desigualdade social existente entre homens e mulheres. As mulheres são vistas como indivíduos inferiores e, muitas vezes, como objeto de desejo e de propriedade do homem -- o que autoriza, banaliza ou alimenta diversos tipos de violência física e psicológica, entre as quais o estupro. 
Estupro. A palavra é forte. O crime, bárbaro. Pior, a violência sexual é um medo pelo qual praticamente toda mulher já passou em algum momento da sua vida.
E esse temor pode morar em situações corriqueiras, como ao entrar no ônibus de noite sozinho ou andar por uma rua mal iluminada e sem companhia. Agora, pense, será que esse medo deveria ser assim, algo quase naturalizado em nossa sociedade? 
O que caracteriza o estupro é ausência de consentimento. O crime de estupro está previsto no artigo 213 do Código Penal Brasileiro. A lei brasileira de 2009 considera estupro qualquer ato libidinoso contra a vontade da vítima ou contra alguém que, por qualquer motivo, não pode oferecer resistência. Ou seja, não importam as circunstâncias, se foi contra a vontade própria da pessoa ou ela está desacordada é crime. Antes, o ato só era caracterizado quando havia conjunção carnal com violência ou grave ameaça. 
Diante da perplexidade de todos, os movimentos feministas e pelos direitos humanos passaram a fazer campanhas contra a "cultura do estupro".

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