O termo “feminicídio” é comumente usados como sinônimo
para a morte de mulheres em razão de seu sexo. O feminicídio é algo que
vai além da misoginia, criando um clima de terror que gera a perseguição e
morte das mulheres a partir de agressões físicas e psicológicas dos mais
variados tipos, como abuso físico e verbal. Ao adicionarmos o conceito
“2.0”, podemos sinteticamente nos referir a um estágio específico
das mídias digitais, onde a interação e participação ativa é a base
estruturante, temos uma forma de agressão e de violência contra as
mulheres sem precedentes na história.
As mídias digitais (Internet: redes sociais,
aplicativos, sites e afins) são também utilizadas como instrumento para
disseminar preconceitos que se refletem fora do universo virtual.
É comum que os casos de fotos e vídeos íntimos publicados
na rede seja por parceiros que não aceitem o fim do relacionamento e que
procuram atingir a integridade física, moral e psicológica da vítima,
seguindo o mesmo padrão de violência contra a mulher. Após a divulgação
das imagens íntimas, a interatividade proporciona uma espécie de “histeria
coletiva”, provocando um julgamento moral em que milhares de pessoas
desconhecidas comentam as imagens, compartilham e promovem um ciclo de
violência contínua às vitimas, que não atinge apenas a vida virtual, mas
também o seu cotidiano, através de novas ameaças (em geral físicas).O nome dado para tal ação na internet é “pornografia
de vingança”, “pornô de vingança” ou “pornografia de
revanche” e atinge principalmente jovens mulheres (16 a 26 anos), onde
são expostas de uma maneira incontrolável. Na gíria popular, elas “caíram
na rede”. Não existe um levantamento específico sobre esse tipo de
agressão, por isso, não há estatísticas das vítimas. Porém, essa conduta
tornou-se comum com a popularização da tecnologia e das mídias
digitais, além do não conhecimento da existência de leis e métodos que
podem efetivamente punir os infratores, provocando uma sensação
de impunidade.
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